quinta-feira, 18 de março de 2010

Coreia do Norte executa responsável de reforma monetária

Pak Nam-ki era director do Partido dos Trabalhadores para o Planeamento e Finanças, e foi demitido no início de Fevereiro, pelo próprio líder norte-coreano, Kim Jong-il. Na semana passada, Pak, de 77 anos, acabou por ser executado numa caserna em Pyongyang, adianta a agência Yonhap.

A origem da crise remonta a finais de Novembro do ano passado, quando as autoridades decidiram proceder a uma valorização do won (a moeda norte-coreana), provocando uma subida em flecha dos preços, uma corrida inesperada aos bens de consumo e protestos de desagrado em vários pontos do país.

Uma nota de 100 won poderia ser trocada nos bancos por uma nova de 1. Mas com limites: cada pessoa só poderia trocar até 100 mil won, ou seja, 526 euros, com muitas pessoas a perderem praticamente todas as suas economias.

A primeira valorização em 17 anos visava controlar a inflação e controlar as transacções no mercado negro, mas em vez disso a inflação subiu – os produtos nas prateleiras dos supermercados esgotaram-se rapidamente porque muita gente gastou em bens de consumo o que não conseguia trocar nos bancos – e acentuou a falta de bens alimentares.

Já a viver uma situação económica desesperada, muitos norte-coreanos desafiaram o regime de mão-de-ferro e foram para a rua em protesto. Alguns incidentes com as autoridades provocaram 12 mortos na cidade de Hamhung, a 5 e 6 de Dezembro, de acordo com o que noticiou então o diário sul-coreano “Chosun Ilbo”.

Face aos resultados nefastos da medida, as autoridades elevaram para 500 mil won o montante que poderia ser trocado. Mas o descontentamento já estava instalado.

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